sábado, 12 de março de 2016

Como escolher seu subwoofer - um post para auxiliar o consumidor na escolha desse produto



Nesta postagem do blog vamos discutir um pouco sobre como escolher um subwoofer, tendo como base tudo o que foi abordado anteriormente nas postagens sobre o assunto e também algumas informações básicas adicionais sobre o ambiente em que o subwoofer será instalado.

Quando se necessita fazer a escolha de um subwoofer para um cliente ou tão somente para uso pessoal, a primeira questão a ser levantada é relativa ao tamanho do produto. Isso porque o subwoofer é um equipamento que necessariamente ocupa um espaço considerável e deve ficar posicionado de forma visível em um canto da sala. E muitos usuários desejam que o subwoofer tenha o menor tamanho possível. 

Já falamos que subwoofers em teto não são uma boa opção em função das vibrações que serão produzidas no gesso, por melhor que o gesso seja montado no teto do ambiente. A alternativa de escondê-lo em móveis também não é recomendada pelas possibilidades de vibração de partes do móvel quando o subwoofer está em uso. Essas vibrações, sejam do gesso ou do móvel, são incômodas para o usuário e muitas vezes são de difícil solução, fazendo com que o instalador usualmente gaste tempo e material na busca de uma solução para um problema que poderia ser evitado de antemão.

Em resumo, o subwoofer deve ser instalado em um canto de sala, preferencialmente na parte frontal da mesma, onde não deve haver móveis ou partes que possam vibrar por estar em proximidade com a onda sonora do subgrave produzido. Como já vimos, há um ganho acústico considerável quando se posiciona o subwoofer em um canto, de forma que isso é importante para um bom resultado final.

Existem no mercado alguns receivers com 7.2 ou 9.2 canais que exigem o uso de dois subwoofers posicionados no ambiente. Para esses casos, a regra é usar duas unidades, uma em cada canto frontal da sala.

Como regra geral, quando se utiliza apenas um subwoofer, recomendamos modelos de ao menos oito polegadas para salas de até 20 m2, modelos de dez polegadas para salas entre 20 e 30 m2 e modelos de doze polegadas para salas maiores. Essa é uma regra geral, e existem casos específicos onde o usuário exige um subgrave bastante forte. Nesse caso, subwoofers maiores precisarão ser usados para dar conta do recado.  

No caso dos subwoofers, o tamanho do alto falante é geralmente mais importante que a potência do produto, pois é mais fácil gerar graves potentes e profundos com um alto falante grande do que com um pequeno, por mais potente que o amplificador interno seja. Um falante pequeno não fará milagres, nem com processamento digital o auxiliando.  

As potências mais comuns encontradas em subwoofers para uso residencial são de 100 a 150W para subwoofers de oito polegadas, de 150 a 250W para subwoofers de 10 polegadas e acima de 250W para subwoofers de 12 polegadas. Naturalmente, estamos falando em potência RMS contínua e não de potência RMS máxima. As potências apresentadas acima também são uma regra geral, porém existem subwoofers com potências fugindo bastante a essa regra, geralmente com um custo de aquisição bastante superior. Mas não espere que o desempenho de unidades desse tipo, com muita potência, seja muito superior à média. O que ocorre é que há um forte aumento de custo nessas unidades de potência superior. Em uso residencial, potências reais (e cuidado com a declaração de potência real) ao redor dos valores descritos acima dão conta do resultado com folga.

Ao se usar dois subwoofers, a situação muda e passa a ser possível, por exemplo, utilizar-se duas unidades de oito polegadas em um ambiente de porte médio ou grande com excelentes resultados, pois se consegue uma maior pressão sonora com o uso de duas unidades e com isso, consegue-se trabalhar com subwoofers menores. Como a grande maioria dos subwoofers do mercado são bass-reflex, fica pouco provável o uso de outro tipo de sintonia para o produto. Quase a totalidade dos subwoofers é projetada como bass-reflex e alguns outros (em quantidade muito menor) em suspensão acústica.

Muitas vezes, em uma instalação, o subwoofer é rejeitado pelo cliente, pois é visto como uma caixa preta, sem design e com acabamento em vinil imitando madeira, o que destoa completamente da decoração do ambiente. Isso mudou muito nos últimos anos, com o surgimento de subwoofers com design “clean” e acabamento sofisticado, que não interfere negativamente na decoração do ambiente. Essa tendência acaba conquistando o público feminino, que sempre foi reticente em relação àquela caixa preta e mal acabada que ficava poluindo a decoração. E hoje existem subwoofers coloridos em laca em qualquer cor, fazendo com que o produto se adeque ao ambiente em questão, e não precise ser mais escondido.

Um outro item a ser considerado na escolha correta do subwoofer é a facilidade de conexões. Entradas RCA são comuns, mas em alguns casos se torna necessário ter a disponibilidade da entrada de alto nível para ligação em sistemas estéreo ou em sistemas de Home Theater de entrada, os chamados “in a Box”. Uma entrada de alto nível de boa qualidade, que funcione bem com um receiver “in a Box”, pode ser uma excelente solução para fazer um upgrade de subwoofer nesses sistemas, que usualmente usam subwoofers passivos por uma questão de custo.

O tipo de amplificação se torna importante somente em sistemas de maior preocupação com a performance. Sistemas com amplificadores digitais classe D são maioria no mercado, pois apresentam custo de fabricação mais baixo. Mas amplificadores classe AB ainda apresentam melhor performance, mesmo oferecendo potências menores. Tanto é que, no momento atual, os subwoofers mais conceituados no mercado de áudio profissional para uso em estúdio são classe AB. Lembrando novamente a questão da potência, conforme já alertamos diversas vezes nessa coluna, o que vale é a potência RMS medida pela norma ABNT NBR IEC 60268-5 e esta deve ser especificada como contínua RMS e não potência máxima ou potência RMS máxima. Atenção para esse detalhe muito importante.

Por último, é sabido que existem subwoofers voltados para uso em Home Theater e outros voltados para a reprodução de áudio. Alguns outros modelos estão na fronteira entre ambos, áudio e Home Theater. A diferença principal entre eles é que subwoofers para Home Theater podem apresentar uma característica especial, que é a de reforçar frequências na região de explosões e outros efeitos especiais do cinema. Isso faz com que eles sejam excepcionais para filmes e ruins para música. Há modelos que são mais planos e, portanto, mais musicais, ou seja, são mais adequados para a reprodução de música. E existem aqueles que tentam abraçar os dois mundos com uma solução de compromisso entre os dois mundos. Ela é perfeitamente possível e o resultado costuma ser agradável em ambas as situações. Quando estiver avaliando a compra de um subwoofer, verifique a proposta dele, se ele atende somente ao mercado de Home Theater ou se possui alguma característica adicional que o credencie para o uso em música. Isso pode revelar a proposta do produto e algo mais sobre a sua performance.

Ao ouvir um subwoofer, após posicioná-lo no local adequado e ajustar o nível sonoro, cross-over, casamento das caixas e fase, uma audição crítica irá revelar muito sobre o produto. Um bom subwoofer tem resposta que desce aos mais baixos tons graves, reproduzindo-os com autoridade e de forma rápida e seca. O grave tem de ser firme, rápido e sua extinção deve também ser rápida. A caixa não deve ficar entrando em ressonância em certos tons graves, o que em casos extremos caracteriza os chamados “graves de uma nota só”, que são pouco musicais, não tem harmonia com a música tocada e são bastante desagradáveis de se ouvir. Esses subwoofers são mais comuns do que se imagina, e são a maioria no mercado de subwoofers automotivos. Essa característica denota um produto de baixa qualidade e pode funcionar bem em filmes de ação, mas é um desastre em condições musicais. Tons graves diversos e musicais em consonância com o programa a ser ouvido caracterizam um subwoofer musical. Portanto, considere ouvir músicas conhecidas que possuam um conteúdo de graves intenso e presente e avalie o resultado final. Se for necessário realinhar o subwoofer ou o sistema, o faça e reavalie novamente. Só após uma audição critica será possível determinar se um subwoofer é bom ou ruim.