domingo, 29 de janeiro de 2017

Gabinetes e alinhamentos de caixas acústicas



Nesta postagem abordaremos os gabinetes e tipos de alinhamento utilizados em caixas acústicas. Como nosso foco está voltado aos alto-falantes do tipo dinâmico, os gabinetes se tornam parte integrante do sistema, seja este uma caixa pequena voltada para reprodução de som ambiente ou uma caixa acústica com propósitos mais sérios, voltada à reprodução de qualidade. Como vimos no mês passado, todos os tipos de caixa que utilizam alto-falantes do tipo dinâmico necessitam de um gabinete para funcionarem adequadamente.

A real importância do gabinete é que nele se montam os alto-falantes e que estes, ao reproduzirem o sinal sonoro, fazem com que o gabinete comece a vibrar um pouco e altere o som reproduzido. Em alguns casos o gabinete entra em ressonância em certas frequências produzindo um som bastante desagradável.  A necessidade de um gabinete sólido somente é percebida quando se compra uma caixa de baixa qualidade, construída com madeira do tipo aglomerado com espessura muito pequena e ao se ouvir uma passagem de um filme ou música com maior intensidade você descobre que o som está muito estranho e pouco natural, pois está sendo bastante alterado pela vibração ou ressonância do gabinete. Por esse motivo, os gabinetes têm de ser bem construídos, utilizando madeira de boa qualidade para evitar vibrações.  Uma medida de qualidade é verificar se a caixa é construída com madeira ou MDF de espessura suficiente (no mínimo 15 mm de espessura) para que esses problemas sejam minimizados. Nesse caso, peso é tudo: quanto mais pesado um conjunto, mais preocupação com a rigidez estrutural teve o fabricante. Produtos mais sofisticados utilizam internamente braços segurando as paredes internas para garantir ausência de vibrações. Hoje em dia, há também caixas com gabinete plástico ou metálico, das mais variadas qualidades construtivas, alguns sendo muito bem construídos, mas a melhor relação custo-benefício ainda é dada pela madeira de boa qualidade. 

Outra função do gabinete é garantir a alinhamento da caixa acústica conforme o fabricante a projetou. Ou seja, o volume interno da caixa e o alinhamento utilizado têm influência enorme na reprodução dos sons graves. Isso porque se um woofer não for montado em um gabinete, o som produzido pela frente do cone tende a cancelar o som produzido pela parte de trás dele, produzindo um cancelamento muito forte dos graves e resultando em um som muito ruim, do tipo “radinho de pilha”. O desenho do gabinete, com seu volume e alinhamento, define exatamente como será tratado o som da parte traseira do alto-falante, que pode ser não usado ou ser somado de forma correta ao som produzido pela parte frontal do woofer. Desse conceito surgem algumas formas de tratar o problema, que chamaremos de alinhamento. Por simplicidade, vamos falar aqui somente dos três tipos mais comuns de alinhamento, o refletor de graves, popularmente chamado de caixa dutada, o tipo selado ou suspensão acústica e o tipo chamado de radiador passivo.

Na próxima postagem afalremos sobre os diversos alinhamentos citados acima. Até breve!