Nesta postagem abordaremos os gabinetes e tipos de alinhamento
utilizados em caixas acústicas. Como nosso foco está voltado aos alto-falantes
do tipo dinâmico, os gabinetes se tornam parte integrante do sistema, seja este
uma caixa pequena voltada para reprodução de som ambiente ou uma caixa acústica
com propósitos mais sérios, voltada à reprodução de qualidade. Como vimos no
mês passado, todos os tipos de caixa que utilizam alto-falantes do tipo
dinâmico necessitam de um gabinete para funcionarem adequadamente.
A real importância do gabinete é que nele se montam os
alto-falantes e que estes, ao reproduzirem o sinal sonoro, fazem com que o
gabinete comece a vibrar um pouco e altere o som reproduzido. Em alguns casos o
gabinete entra em ressonância em certas frequências produzindo um som bastante
desagradável. A necessidade de um
gabinete sólido somente é percebida quando se compra uma caixa de baixa
qualidade, construída com madeira do tipo aglomerado com espessura muito
pequena e ao se ouvir uma passagem de um filme ou música com maior intensidade
você descobre que o som está muito estranho e pouco natural, pois está sendo bastante
alterado pela vibração ou ressonância do gabinete. Por esse motivo, os
gabinetes têm de ser bem construídos, utilizando madeira de boa qualidade para
evitar vibrações. Uma medida de
qualidade é verificar se a caixa é construída com madeira ou MDF de espessura
suficiente (no mínimo 15 mm de espessura) para que esses problemas sejam
minimizados. Nesse caso, peso é tudo: quanto mais pesado um conjunto, mais
preocupação com a rigidez estrutural teve o fabricante. Produtos mais
sofisticados utilizam internamente braços segurando as paredes internas para
garantir ausência de vibrações. Hoje em dia, há também caixas com gabinete
plástico ou metálico, das mais variadas qualidades construtivas, alguns sendo
muito bem construídos, mas a melhor relação custo-benefício ainda é dada pela
madeira de boa qualidade.
Outra função do gabinete é garantir a alinhamento da
caixa acústica conforme o fabricante a projetou. Ou seja, o volume interno da
caixa e o alinhamento utilizado têm influência enorme na reprodução dos sons
graves. Isso porque se um woofer não for montado em um gabinete, o som
produzido pela frente do cone tende a cancelar o som produzido pela parte de trás
dele, produzindo um cancelamento muito forte dos graves e resultando em um som
muito ruim, do tipo “radinho de pilha”. O desenho do gabinete, com seu volume e
alinhamento, define exatamente como será tratado o som da parte traseira do
alto-falante, que pode ser não usado ou ser somado de forma correta ao som
produzido pela parte frontal do woofer. Desse conceito surgem algumas formas de
tratar o problema, que chamaremos de alinhamento. Por simplicidade, vamos falar
aqui somente dos três tipos mais comuns de alinhamento, o refletor de graves,
popularmente chamado de caixa dutada, o tipo selado ou suspensão acústica e o
tipo chamado de radiador passivo.
Na próxima postagem afalremos sobre os diversos alinhamentos citados acima. Até breve!