quinta-feira, 26 de maio de 2016

Uma breve introdução sobre alto-falantes e caixas acústicas - Parte I

A função do alto-falante é transformar o sinal elétrico que ele recebe em um movimento de ar que corresponde à onda sonora. Existem três tipos de alto-falantes no mercado. São eles: o alto-falante dinâmico, o alto-falante tipo ribbon e o tipo eletrostático.

A esmagadora maioria dos produtos existentes no mercado de áudio utiliza o tipo dinâmico, que é o alto-falante tradicional que estamos acostumados a ver. Ele é composto por um cone (cujo formato varia do tipo tradicional a domos, domos invertidos e suas variantes), que no centro possui uma bobina que se movimenta dentro de um ímã permanente, quando a bobina é atravessada pelo sinal de áudio. Sua enorme popularidade é dada pelas seguintes características básicas: dinâmica extensa, sensibilidade elevada, capacidade de absorver potências elevadas, conceito e montagem bastante simples, impedância cujo valor é facilmente gerenciável pelos modernos amplificadores transistorizados e o preço baixo. Esses alto-falantes são produzidos aos milhões e seu custo é baixo. Essa combinação de fatores, com o preço sendo o item mais importante, faz com que a tecnologia dominante seja o tipo dinâmico.

Mas como nem tudo é perfeito, eles tem limitações de resposta em freqüência dada pelo seu tamanho. Uma caixa acústica que tenha como objetivo uma reprodução de qualidade usualmente possui uma combinação de alto-falantes dinâmicos de diversos tamanhos para conseguir responder desde os graves mais baixos até o extremo agudo do espectro de freqüências audíveis. Essa combinação de dois ou três alto-falantes no mesmo gabinete é bastante conhecida do público. Utiliza-se um woofer, um alto-falante de maior tamanho, com cone geralmente feito de papelão, plástico como o polipropileno ou kevlar (e mais uma infinidade de variantes menos comuns), para reproduzir os sons graves. Um tweeter, que é um alto-falante pequeno usualmente com seu cone em formato de domo, e geralmente feito de seda ou de um metal como alumínio, titânio e similares, é utilizado para reproduzir as freqüências médias e agudas. Em caixas mais sofisticadas utiliza-se um terceiro alto-falante para a reprodução dos sons médios, como a voz humana, de tamanho intermediário e com cones que podem ser tradicionais ou domo e materiais dos mais diversos como seda, papelão ou kevlar. Com essa solução, entram em cena os divisores de freqüência passivos, que fazem com que cada alto-falante receba somente o sinal que consegue reproduzir.
   
Já os alto-falantes planares do tipo ribbon (ou fita) são menos conhecidos do grande público, apesar de que nos últimos anos alguns produtos bastante acessíveis foram lançados no mercado utilizando essa tecnologia em seus tweeters. A grande vantagem dos ribbons é o baixo peso de sua fita, que se traduz em uma capacidade de responder a transitórios de forma mais rápida que os tradicionais alto-falantes de cone. Isso porque um alto-falante ribbon é feito basicamente por uma tira de matéria condutora fina e leve que é imersa em um conjunto de ímãs e nessa fita circula o sinal elétrico que produz o som. A capacidade de reproduzir som de forma extremamente clara e com detalhes dos transitórios musicais extremamente definidos faz com que o ribbon tweeter seja um produto que está atraindo cada vez mais usuários, conforme produtos mais acessíveis chegam ao mercado.

Mas as desvantagens deles são significativas: além do custo maior, eles são pouco sensíveis e têm impedância extremamente baixa, de forma que para serem utilizados com os amplificadores tradicionais é necessário adaptar um transformador para aumentar a impedância da caixa para algo próximo aos quatro ou oito ohms comuns dos alto-falantes dinâmicos tradicionais. Além disso, há a questão da reprodução dos graves, muitas vezes não tão satisfatória como aquela dos falantes dinâmicos. Dessa limitação surgiram as caixas acústicas híbridas, que utilizam um woofer tradicional dinâmico para a reprodução dos graves e ribbons para as freqüências médias e agudas ou somente para as agudas. A maioria das caixas acústicas no mercado que utilizam ribbon lançam mão dessa combinação híbrida, que proporciona uma performance muito interessante.

O alto-falante eletrostático já é mais difícil de ser visto do que os ribbons. Ele utiliza uma folha de material isolante como o mylar (um tipo de plástico) para gerar o som. Essa folha fica suspensa entre dois elementos chamados de estatores, e é energizada com alta tensão. O sinal de áudio percorre os estatores. A interação entre o campo eletrostático gerado pelo estator e o campo fixo gerado pela membrana isolante faz essa última vibrar e produz som. Painéis eletrostáticos têm a grande vantagem de serem ainda mais leves que os ribbons, produzindo som com mais dinâmica (ou seja, com um detalhamento extremo) que os ribbons. Mas isso não vem de graça: o grande problema desses alto-falantes é que eles têm de ser ligados à energia elétrica para funcionarem e gerarem alta-tensão. Trabalhar com alta tensão por si só já gera uma série de inconvenientes, como complexidade, segurança do produto e manutenção maior. Além do mais, eles são pouco sensíveis, precisando de muita energia para funcionarem de forma adequada e não tem também graves profundos. Usualmente um sistema eletrostático é auxiliado por um subwoofer dinâmico para que possa oferecer graves de impacto.

Os tipos planares como os ribbons e eletrostáticos podem irradiar som para frente e para trás se montados em uma estrutura aberta, que é o caso comum quando se usa uma solução sem o gabinete necessário para os alto-falantes dinâmicos. Por isso, esses produtos têm características diferentes dos alto-falantes dinâmicos, que são montados para produzir som somente para frente. Essa característica confere a eles uma dificuldade adicional para a colocação do equipamento no local de audição. Para que funcionem corretamente, gerando uma reprodução agradável, o posicionamento costuma ser crítico.

Dada a esmagadora presença dos alto-falantes dinâmicos no mercado de áudio, vamos nos limitar somente a esta tecnologia e deixaremos de lado os alto-falantes ribbon e eletrostáticos. Na realidade, a tecnologia de alto-falantes dinâmicos evoluiu tanto nos últimos anos que eles são a tecnologia dominante em produtos áudio, mesmo em produtos muito sofisticados que utilizam esses drivers em detrimento dos outros.



sábado, 12 de março de 2016

Como escolher seu subwoofer - um post para auxiliar o consumidor na escolha desse produto



Nesta postagem do blog vamos discutir um pouco sobre como escolher um subwoofer, tendo como base tudo o que foi abordado anteriormente nas postagens sobre o assunto e também algumas informações básicas adicionais sobre o ambiente em que o subwoofer será instalado.

Quando se necessita fazer a escolha de um subwoofer para um cliente ou tão somente para uso pessoal, a primeira questão a ser levantada é relativa ao tamanho do produto. Isso porque o subwoofer é um equipamento que necessariamente ocupa um espaço considerável e deve ficar posicionado de forma visível em um canto da sala. E muitos usuários desejam que o subwoofer tenha o menor tamanho possível. 

Já falamos que subwoofers em teto não são uma boa opção em função das vibrações que serão produzidas no gesso, por melhor que o gesso seja montado no teto do ambiente. A alternativa de escondê-lo em móveis também não é recomendada pelas possibilidades de vibração de partes do móvel quando o subwoofer está em uso. Essas vibrações, sejam do gesso ou do móvel, são incômodas para o usuário e muitas vezes são de difícil solução, fazendo com que o instalador usualmente gaste tempo e material na busca de uma solução para um problema que poderia ser evitado de antemão.

Em resumo, o subwoofer deve ser instalado em um canto de sala, preferencialmente na parte frontal da mesma, onde não deve haver móveis ou partes que possam vibrar por estar em proximidade com a onda sonora do subgrave produzido. Como já vimos, há um ganho acústico considerável quando se posiciona o subwoofer em um canto, de forma que isso é importante para um bom resultado final.

Existem no mercado alguns receivers com 7.2 ou 9.2 canais que exigem o uso de dois subwoofers posicionados no ambiente. Para esses casos, a regra é usar duas unidades, uma em cada canto frontal da sala.

Como regra geral, quando se utiliza apenas um subwoofer, recomendamos modelos de ao menos oito polegadas para salas de até 20 m2, modelos de dez polegadas para salas entre 20 e 30 m2 e modelos de doze polegadas para salas maiores. Essa é uma regra geral, e existem casos específicos onde o usuário exige um subgrave bastante forte. Nesse caso, subwoofers maiores precisarão ser usados para dar conta do recado.  

No caso dos subwoofers, o tamanho do alto falante é geralmente mais importante que a potência do produto, pois é mais fácil gerar graves potentes e profundos com um alto falante grande do que com um pequeno, por mais potente que o amplificador interno seja. Um falante pequeno não fará milagres, nem com processamento digital o auxiliando.  

As potências mais comuns encontradas em subwoofers para uso residencial são de 100 a 150W para subwoofers de oito polegadas, de 150 a 250W para subwoofers de 10 polegadas e acima de 250W para subwoofers de 12 polegadas. Naturalmente, estamos falando em potência RMS contínua e não de potência RMS máxima. As potências apresentadas acima também são uma regra geral, porém existem subwoofers com potências fugindo bastante a essa regra, geralmente com um custo de aquisição bastante superior. Mas não espere que o desempenho de unidades desse tipo, com muita potência, seja muito superior à média. O que ocorre é que há um forte aumento de custo nessas unidades de potência superior. Em uso residencial, potências reais (e cuidado com a declaração de potência real) ao redor dos valores descritos acima dão conta do resultado com folga.

Ao se usar dois subwoofers, a situação muda e passa a ser possível, por exemplo, utilizar-se duas unidades de oito polegadas em um ambiente de porte médio ou grande com excelentes resultados, pois se consegue uma maior pressão sonora com o uso de duas unidades e com isso, consegue-se trabalhar com subwoofers menores. Como a grande maioria dos subwoofers do mercado são bass-reflex, fica pouco provável o uso de outro tipo de sintonia para o produto. Quase a totalidade dos subwoofers é projetada como bass-reflex e alguns outros (em quantidade muito menor) em suspensão acústica.

Muitas vezes, em uma instalação, o subwoofer é rejeitado pelo cliente, pois é visto como uma caixa preta, sem design e com acabamento em vinil imitando madeira, o que destoa completamente da decoração do ambiente. Isso mudou muito nos últimos anos, com o surgimento de subwoofers com design “clean” e acabamento sofisticado, que não interfere negativamente na decoração do ambiente. Essa tendência acaba conquistando o público feminino, que sempre foi reticente em relação àquela caixa preta e mal acabada que ficava poluindo a decoração. E hoje existem subwoofers coloridos em laca em qualquer cor, fazendo com que o produto se adeque ao ambiente em questão, e não precise ser mais escondido.

Um outro item a ser considerado na escolha correta do subwoofer é a facilidade de conexões. Entradas RCA são comuns, mas em alguns casos se torna necessário ter a disponibilidade da entrada de alto nível para ligação em sistemas estéreo ou em sistemas de Home Theater de entrada, os chamados “in a Box”. Uma entrada de alto nível de boa qualidade, que funcione bem com um receiver “in a Box”, pode ser uma excelente solução para fazer um upgrade de subwoofer nesses sistemas, que usualmente usam subwoofers passivos por uma questão de custo.

O tipo de amplificação se torna importante somente em sistemas de maior preocupação com a performance. Sistemas com amplificadores digitais classe D são maioria no mercado, pois apresentam custo de fabricação mais baixo. Mas amplificadores classe AB ainda apresentam melhor performance, mesmo oferecendo potências menores. Tanto é que, no momento atual, os subwoofers mais conceituados no mercado de áudio profissional para uso em estúdio são classe AB. Lembrando novamente a questão da potência, conforme já alertamos diversas vezes nessa coluna, o que vale é a potência RMS medida pela norma ABNT NBR IEC 60268-5 e esta deve ser especificada como contínua RMS e não potência máxima ou potência RMS máxima. Atenção para esse detalhe muito importante.

Por último, é sabido que existem subwoofers voltados para uso em Home Theater e outros voltados para a reprodução de áudio. Alguns outros modelos estão na fronteira entre ambos, áudio e Home Theater. A diferença principal entre eles é que subwoofers para Home Theater podem apresentar uma característica especial, que é a de reforçar frequências na região de explosões e outros efeitos especiais do cinema. Isso faz com que eles sejam excepcionais para filmes e ruins para música. Há modelos que são mais planos e, portanto, mais musicais, ou seja, são mais adequados para a reprodução de música. E existem aqueles que tentam abraçar os dois mundos com uma solução de compromisso entre os dois mundos. Ela é perfeitamente possível e o resultado costuma ser agradável em ambas as situações. Quando estiver avaliando a compra de um subwoofer, verifique a proposta dele, se ele atende somente ao mercado de Home Theater ou se possui alguma característica adicional que o credencie para o uso em música. Isso pode revelar a proposta do produto e algo mais sobre a sua performance.

Ao ouvir um subwoofer, após posicioná-lo no local adequado e ajustar o nível sonoro, cross-over, casamento das caixas e fase, uma audição crítica irá revelar muito sobre o produto. Um bom subwoofer tem resposta que desce aos mais baixos tons graves, reproduzindo-os com autoridade e de forma rápida e seca. O grave tem de ser firme, rápido e sua extinção deve também ser rápida. A caixa não deve ficar entrando em ressonância em certos tons graves, o que em casos extremos caracteriza os chamados “graves de uma nota só”, que são pouco musicais, não tem harmonia com a música tocada e são bastante desagradáveis de se ouvir. Esses subwoofers são mais comuns do que se imagina, e são a maioria no mercado de subwoofers automotivos. Essa característica denota um produto de baixa qualidade e pode funcionar bem em filmes de ação, mas é um desastre em condições musicais. Tons graves diversos e musicais em consonância com o programa a ser ouvido caracterizam um subwoofer musical. Portanto, considere ouvir músicas conhecidas que possuam um conteúdo de graves intenso e presente e avalie o resultado final. Se for necessário realinhar o subwoofer ou o sistema, o faça e reavalie novamente. Só após uma audição critica será possível determinar se um subwoofer é bom ou ruim.  

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Mais alguns detalhes pouco conhecidos sobre subwoofers - e seu impacto no resultado final



Continuando com nossa discussão sobre subwoofers, abordaremos neste mês alguns outros itens também importantes que o usuário precisa conhecer para que faça uma escolha consciente.

Os drivers de subwoofer usualmente são alto-falantes de maior tamanho (usualmente acima de oito polegadas) e que são sujeitos a movimentos de longa excursão quando da reprodução de passagens mais intensas de subgraves em um filme ou trilha sonora.

Logo, é importante que o cone do subwoofer seja bastante rígido (evitando deformações durante a operação) e que simultaneamente seja leve. Essa combinação de leveza e rigidez é difícil de ser achada em todos os materiais. A rigidez depende não somente do material utilizado, mas também do formato do cone. O desenho mecânico do cone faz um papel importante na obtenção da rigidez do conjunto móvel. Existem no mercado cones dos mais diversos materiais, como papelão, polipropileno, alguns tipos de metal (como, por exemplo, o alumínio) e materiais mais sofisticados como o kevlar e a fibra de carbono.

Após essa breve introdução, a pergunta que surge é a seguinte: mas os materiais fazem diferença no timbre e resultado sonoro de um subwoofer? Qual será o melhor material para o cone de um subwoofer? A resposta a estas perguntas irá surpreender muita gente: se tivermos dois cones rígidos o suficiente e de mesmo peso, o material utilizado não tem influência alguma no resultado sonoro final do subwoofer. A questão de material, dado que o cone seja rígido e leve, tem pouca influência no resultado sonoro, e é mais uma questão de estética e de aparência do que uma questão de materiais com melhor ou pior sonoridade. Tanto isso é verdade que muitos fabricantes ainda usam o velho cone de papelão com resultados muito bons.

O resultado sonoro de um driver de subwoofer depende menos do cone e mais de outros detalhes construtivos que estão fora da capacidade de avaliação do usuário final. Detalhes como construção do conjunto magnético, excursão, e amortecimento mecânico (definidos pela borda e centragem) são muito mais importantes do que o material do cone para o resultado final. 

Portanto, o que o comprador mais detalhista deve fazer se não é possível avaliar o desempenho de um alto-falante de subwoofer pela sua aparência? A experiência diz que se deve ouvir antes de comprar. Uma audição comparativa pode decidir a questão entre um produto e outro.

Outra tendência que se vê em subwoofers de alta performance é o uso de bordas largas no cone. A borda larga dá uma aparência mais robusta ao produto, mas faz com que, para um mesmo tamanho de alto falante, a área do cone se reduza e usualmente ocorre uma pequena perda de eficiência do sistema. Isso faz com que sejam necessárias correções na sintonia da caixa e na potência do amplificador para que voltemos à condição anterior. Novamente, aparência não é tudo quando se trata de drivers de subwoofer.

A qualidade de um driver irá definir grande parte da qualidade do subwoofer. As características que alto-falante afeta com mais impacto são as seguintes: resposta em frequência (logicamente associado ao conjunto acústico), distorção harmônica, pressão sonora e dinâmica.

A resposta em frequência é basicamente dada pelo tamanho subwoofer e de seu conjunto acústico. Temos visto no mercado subwoofers com processamento digital integrado, que pode melhorar significativamente a resposta em frequência, mas que não opera milagres. Muitas vezes, fabricantes utilizam processamento digital para apresentar um subwoofer de pequeno porte que atinge frequências incrivelmente baixas, algo como 20 Hz para um driver de 8”. É uma tarefa bastante fácil fazer com que um subwoofer seja equalizado para chegar até uma resposta desse nível, mas o mais importante é saber se o subwoofer responde de forma consistente em toda a faixa de operação e qual a pressão sonora média. O DSP faz com que um subwoofer pequeno responda a 20 Hz, mas não irá fazer com que esse mesmo produto tenha pressão sonora média igual ao de um subwoofer de maior tamanho e potência. Subwoofers de maior porte tem mais capacidade de gerar pressão sonora elevada do que subs menores, e o DSP não irá resolver esse problema físico. Ou seja, em níveis baixos de pressão sonora, o subwoofer pequeno processado digitalmente é capaz de chegar até 20 Hz, mas ao se aumentar o volume ele não terá o resultado de um subwoofer de maior porte, processado ou não. Tamanho continua sendo documento e não será o processamento digital que irá resolver isso. Leis físicas não se alteram com processamento digital.

A distorção gerada em um subwoofer é dada principalmente pelo alto-falante e ocorre geralmente por não linearidade durante excursões maiores do cone do mesmo. Disse principalmente porque hoje em dia os amplificadores têm distorção harmônica entre 1/10 e 1/100 daquela do alto-falante. Existem alto-falantes bem projetados que apresentam baixas taxas de distorção, mas eles são caros em função do desenvolvimento necessário e materiais utilizados para se chegar a este resultado. Uma solução que existe há mais de 25 anos, introduzida pela Philips na forma analógica, é a uma tecnologia chamada de Motional Feedback (em tradução livre, “Realimentação do Movimento do Cone”), que utiliza um acelerômetro que mede o movimento do cone e o realimenta de volta para o amplificador. Esta faz uma comparação entre o movimento do cone e o sinal que o produz. Dessa forma se gera um sinal corrigido que é usado para excitar o alto-falante. O resultado final desse processamento é uma redução bem considerável na distorção e uma melhoria na resposta do subwoofer, gerando a possibilidade da redução do tamanho do gabinete, resultando em um produto onde o desempenho é bastante melhorado. Esta tecnologia, em sua forma analógica ou implementada através de processamento digital, é utilizada por alguns fabricantes atualmente com resultados significativos na melhoria de desempenho.

A pressão sonora é dada pela potência do subwoofer, pela eficiência e tamanho do alto-falante e também, em menor grau, pelo tipo de caixa e sua sintonia e pode ser especificada de forma mais precisa como falamos anteriormente, como um valor médio em uma faixa de frequências. Com o advento dos amplificadores classe D, potência elétrica elevada deixou de ser problema, de forma que a limitação de pressão sonora é dada pela potência que o alto-falante suporta e pela sua eficiência. Já a dinâmica dos graves é dada em parte pelas características do amplificador, como capacidade de corrente, e resposta do amplificador e em parte pelas características do alto-falante, como força do conjunto magnético e leveza do cone. Como esses itens não são fáceis de verificar em um produto montado fica a dica: avalie o produto auditivamente antes de comprar ou peça indicação a alguém que conheça o assunto.








sábado, 16 de janeiro de 2016

Posicionando seu subwoofer e algumas características importantes desse produto



Recentemente, surgiram no mercado receivers com saídas para dois subwoofers, na configuração de 7.2 canais e alguns outros na configuração de 9.2 canais. Na realidade, o processamento desses receivers é igual ao dos receivers com um canal de subwoofer (por exemplo, 7.1 canais), pois eles somente possuem uma saída adicional para um segundo subwoofer. A vantagem de se usar dois subwoofers é que dessa forma se obtém graves mais profundos e com maior dinâmica do que com o uso de uma única peça. Também se podem utilizar dois subwoofers menores no lugar de um único de maior porte e obter um resultado final similar.  

O posicionamento na sala dos subwoofers é extremamente importante. Ao se posicionar o subwoofer no canto, como é comumente feito, se obtém um ganho acústico bastante considerável, por razões puramente acústicas, relacionadas à carga acústica que o ambiente exerce sobre o alto-falante. Mas isso é um pouco complexo para se explicar nessa coluna, de forma que vamos ficar com o seguinte resumo: a pior forma de colocar um subwoofer é no centro da sala, onde não há nenhuma barreira (como uma parede) próxima. A forma intermediária é colocar o subwoofer próximo a uma parede, porém longe dos cantos da sala. E a melhor forma é a colocação do sub no canto da sala, onde o ganho acústico será maior. Faça você mesmo uma experiência e veja como o ganho nos graves é significativo, permitindo usar o subwoofer com um volume (ganho elétrico) menor para o mesmo resultado acústico. Como o produto tem de ser colocado no canto, veja como a posição do duto é importante para uma boa performance ao se usar essa regra: ao se colocar o subwoofer próximo a um canto, a posição preferencial para o duto é a frontal, que é aquela que vai gerar menos ruído por interferência do sopro do duto com paredes e anteparos laterais e traseiros.

Voltando ao assunto da colocação de subwoofers no gesso, vemos que se pode aproveitar e colocá-los também no canto, porém por razões acústicas o ganho acústico obtido será menor. Lembrando que a configuração do tipo defletor infinito usado numa caixa posicionada no gesso já gera uma perda considerável, a colocação do subwoofer no teto gera uma perda dupla e vai resultar em um ganho acústico bastante inferior, logo vai ser necessária maior potência elétrica e excursão do cone para gerar o mesmo resultado sonoro. Com maior excursão do cone, as vibrações do gesso serão maiores. Não se deve usar falantes de subgraves no gesso.

Praticamente todos os subwoofers do mercado têm três controles básicos além da chave liga-desliga: volume, frequência de cross-over e fase. A frequência do cross-over deve ser ajustada para o ponto onde as caixas frontais deixam de responder, para obter o melhor casamento no sistema. Em caso de uso da saída LFE (ou SUB) de um receiver, o ajuste de cross-over deve ficar no máximo, se ao produto não tiver uma chave LFE que elimina o filtro do sistema. Nesse caso, o gerenciamento de graves pode ser feito pelo processamento digital do receiver, e dependendo do modelo do receiver as opções podem ser diversas.  O ajuste de fase permite obter o melhor casamento possível do subwoofer com o sistema, evitando o cancelamento de graves por inversão de fase. A escolha da posição da chave de fase tem de ser feita experimentalmente.  Um requinte adicional é um ajuste de fase contínuo de 0 a 360 graus, que permite um ajuste contínuo e mais preciso da fase. Mas esse é um recurso adicional que só poucos subwoofers do mercado possuem.

Subwoofers são produtos que muitas vezes esquecemos-nos de desligar. Portanto, um adicional que tem muito valor é o sistema Auto-On, onde o subwoofer liga sozinho com a chegada do sinal de áudio e desliga quando o sinal termina ou então após um período de tempo sem sinal. Um controle adicional é o modo de ligação do subwoofer, com as posições Auto-On ou sempre ligado, ou mesmo uma entrada de trigger externo para que o produto seja comandado por outro equipamento, seja este de áudio ou automação. Outros recursos adicionais, menos vistos nos subwoofers, são entradas de alto nível para ligação em sistemas que não possuem saída RCA para a conexão, permitindo a ligação em paralelo com as caixas acústicas (utilizado basicamente em sistemas estéreo), saídas by-pass e entradas e saídas balanceadas, equalização ajustável e filtro subsônico chaveável ou ajustável. Alguns subwoofers possuem também o ajuste automático de resposta no ambiente, porém esse ajuste acaba não sendo muito utilizado pelo consumidor, pois a maioria dos receivers possui um ajuste similar que faz a calibração com todas as caixas e este acaba sendo esquecido e considerado redundante pelo usuário. Mas, na realidade estes ajustes se complementam, pois o utilizado no subwoofer permite o ajuste fino da resposta em baixas frequências, o que o receiver acaba não fazendo. O receiver vai basicamente somente ajustar o nível do subwoofer em relação ás outras caixas. Mas a confusão entre ajustes e a complexidade de rodar dois ajustes de resposta seguidos faz com que a maioria dos usuários só use o ajuste automático do receiver e considere que o resultado já está bom dessa forma.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Tamanho ainda é documento no mundo dos Subwoofers!



Os subwoofers são produtos eletroacústicos e, portanto são regidos pelas leis da física, logo seu comportamento é descrito por equações matemáticas que não se alteram ao longo do tempo. Por mais que alguns fabricantes tentem convencer o consumidor de que sua tecnologia é capaz de fazer milagres, não é possível mudar as leis da natureza. Assim sendo, constatações como a que um subwoofer pequeno não é capaz de ter a dinâmica e a capacidade de encher um ambiente de forma equivalente a um subwoofer de maior porte são fatos imutáveis que não mudarão nem daqui a cem anos. Portanto, no caso de subwoofers, tamanho é documento. Quanto maior e mais potente é um subwoofer, mais capaz será ele de reproduzir as frequências baixas com dinâmica e extensão na resposta que se espera de uma trilha sonora de um filme gravado em alta definição. Há relatos de filmes que contém frequências da ordem de 15 Hz, que é um bom desafio até para subwoofers grandes. A tecnologia evoluiu bastante nos últimos anos e nos trouxe grandes melhorias em qualidade, mas tamanho continua sendo relevante no mercado de subwoofers.

Para ilustrar um pouco a questão acima, vejamos um exemplo prático: um subwoofer selado que responde até 20 Hz precisa de quatro vezes mais excursão do cone do que um sub que responde até 40 Hz, mantido o mesmo alto-falante. Obviamente, chega-se a um limite na excursão e essa condição pode não acontecer. Não há como mudar essa lei, de forma que se pode apenas contornar a situação de outras formas, como por exemplo, aumentando o tamanho do driver ou usando múltiplos alto-falantes.

Outro detalhe construtivo que muitas pessoas tem dúvida é sobre a posição do alto-falante. A pergunta mais comum é se há diferenças entre subwoofers com falantes voltados para frente ou para baixo. A resposta é que, do ponto de vista sonoro, não existem diferenças, pois os tons graves não são direcionais e, portanto não dependem da posição do alto-falante para ser bem reproduzidos. Tanto faz o subwoofer estar posicionado para frente ou para baixo, que os graves serão reproduzidos da mesma forma, apesar de frequentemente nos depararmos com afirmações em contrário, enaltecendo certa configuração. O mesmo raciocínio vale para o duto em uma caixa do tipo bass-reflex, pois a localização dele não resulta em nenhum tipo de alteração do desempenho do produto do ponto de vista sonoro. Logo, em um subwoofer que não esteja muito próximo de uma parede ou anteparo, tanto faz o duto estar para frente, para o lado ou mesmo para trás. Mas existem situações em que essas configurações apresentam algumas vantagens, ás vezes não relacionadas à reprodução sonora. Há vantagem em se colocar o falante para baixo: ele fica muito mais protegido, de forma que se você tem animais ou crianças em casa, essa deve ser sua escolha, para garantir que o alto-falante não seja danificado. Também há diferença no posicionamento do duto: dutos laterais ou traseiros também podem ser problema quando o subwoofer é posicionado perto de estantes ou móveis laterais, pois a onda sonora proveniente do duto tem velocidade elevada e com certeza irá provocar vibrações e ruídos em móveis e estruturas próximas. Se este for o seu caso, prefira os subwoofers com dutos frontais.

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