Recentemente, surgiram no mercado receivers com saídas
para dois subwoofers, na configuração de 7.2 canais e alguns outros na
configuração de 9.2 canais. Na realidade, o processamento desses receivers é
igual ao dos receivers com um canal de subwoofer (por exemplo, 7.1 canais), pois
eles somente possuem uma saída adicional para um segundo subwoofer. A vantagem
de se usar dois subwoofers é que dessa forma se obtém graves mais profundos e
com maior dinâmica do que com o uso de uma única peça. Também se podem utilizar
dois subwoofers menores no lugar de um único de maior porte e obter um
resultado final similar.
O posicionamento na sala dos subwoofers é extremamente
importante. Ao se posicionar o subwoofer no canto, como é comumente feito, se
obtém um ganho acústico bastante considerável, por razões puramente acústicas,
relacionadas à carga acústica que o ambiente exerce sobre o alto-falante. Mas
isso é um pouco complexo para se explicar nessa coluna, de forma que vamos
ficar com o seguinte resumo: a pior forma de colocar um subwoofer é no centro
da sala, onde não há nenhuma barreira (como uma parede) próxima. A forma
intermediária é colocar o subwoofer próximo a uma parede, porém longe dos
cantos da sala. E a melhor forma é a colocação do sub no canto da sala, onde o
ganho acústico será maior. Faça você mesmo uma experiência e veja como o ganho
nos graves é significativo, permitindo usar o subwoofer com um volume (ganho
elétrico) menor para o mesmo resultado acústico. Como o produto tem de ser colocado
no canto, veja como a posição do duto é importante para uma boa performance ao
se usar essa regra: ao se colocar o subwoofer próximo a um canto, a posição
preferencial para o duto é a frontal, que é aquela que vai gerar menos ruído
por interferência do sopro do duto com paredes e anteparos laterais e
traseiros.
Voltando ao assunto da colocação de subwoofers no
gesso, vemos que se pode aproveitar e colocá-los também no canto, porém por
razões acústicas o ganho acústico obtido será menor. Lembrando que a
configuração do tipo defletor infinito usado numa caixa posicionada no gesso já
gera uma perda considerável, a colocação do subwoofer no teto gera uma perda
dupla e vai resultar em um ganho acústico bastante inferior, logo vai ser
necessária maior potência elétrica e excursão do cone para gerar o mesmo
resultado sonoro. Com maior excursão do cone, as vibrações do gesso serão maiores.
Não se deve usar falantes de subgraves no gesso.
Praticamente todos os subwoofers do mercado têm três
controles básicos além da chave liga-desliga: volume, frequência de cross-over
e fase. A frequência do cross-over deve ser ajustada para o ponto onde as
caixas frontais deixam de responder, para obter o melhor casamento no sistema. Em
caso de uso da saída LFE (ou SUB) de um receiver, o ajuste de cross-over deve
ficar no máximo, se ao produto não tiver uma chave LFE que elimina o filtro do
sistema. Nesse caso, o gerenciamento de graves pode ser feito pelo
processamento digital do receiver, e dependendo do modelo do receiver as opções
podem ser diversas. O ajuste de fase
permite obter o melhor casamento possível do subwoofer com o sistema, evitando
o cancelamento de graves por inversão de fase. A escolha da posição da chave de
fase tem de ser feita experimentalmente.
Um requinte adicional é um ajuste de fase contínuo de 0 a 360 graus, que
permite um ajuste contínuo e mais preciso da fase. Mas esse é um recurso adicional
que só poucos subwoofers do mercado possuem.
Subwoofers são produtos que muitas vezes esquecemos-nos
de desligar. Portanto, um adicional que tem muito valor é o sistema Auto-On,
onde o subwoofer liga sozinho com a chegada do sinal de áudio e desliga quando
o sinal termina ou então após um período de tempo sem sinal. Um controle
adicional é o modo de ligação do subwoofer, com as posições Auto-On ou sempre
ligado, ou mesmo uma entrada de trigger externo para que o produto seja
comandado por outro equipamento, seja este de áudio ou automação. Outros recursos
adicionais, menos vistos nos subwoofers, são entradas de alto nível para
ligação em sistemas que não possuem saída RCA para a conexão, permitindo a
ligação em paralelo com as caixas acústicas (utilizado basicamente em sistemas
estéreo), saídas by-pass e entradas e saídas balanceadas, equalização ajustável
e filtro subsônico chaveável ou ajustável. Alguns subwoofers possuem também o ajuste
automático de resposta no ambiente, porém esse ajuste acaba não sendo muito
utilizado pelo consumidor, pois a maioria dos receivers possui um ajuste
similar que faz a calibração com todas as caixas e este acaba sendo esquecido e
considerado redundante pelo usuário. Mas, na realidade estes ajustes se
complementam, pois o utilizado no subwoofer permite o ajuste fino da resposta em
baixas frequências, o que o receiver acaba não fazendo. O receiver vai
basicamente somente ajustar o nível do subwoofer em relação ás outras caixas. Mas
a confusão entre ajustes e a complexidade de rodar dois ajustes de resposta
seguidos faz com que a maioria dos usuários só use o ajuste automático do
receiver e considere que o resultado já está bom dessa forma.